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04 abril 2019

Teoria do Conhecimento



por Alexsandro M. Medeiros


O que sou eu? Uma substância que pensa. O que é uma substância que pensa? É uma coisa que duvida, que concebe, que afirma, que nega, que quer, que não quer, que imagina e que sente.
{Descartes}



De modo geral podemos dizer que o problema do conhecimento desenvolve-se em três disciplinas: 1) teoria do conhecimento: que estuda a natureza do conhecimento em geral; 2) epistemologia: que estuda a natureza e fundamentação do conhecimento científico; 3) metodologia científica: trata dos processos lógicos de aquisição do conhecimento científico.

A teoria do conhecimento é a área da filosofia que tem como objetivo investigar o que é o conhecimento, a possibilidade (se é possível conhecer), qual o fundamento do conhecimento, suas origens e seu valor.

Qualquer pessoa, apoiando-se na própria experiência, poderá dizer até mesmo irrefletidamente que não há motivos para duvidar da ideia de que podemos ter um conhecimento exato do mundo que nos cerca. Mas os filósofos não são desta opinião e sempre advertiram que nem sempre o conhecimento comum representa verdadeiramente as coisas como são. A maior prova disso é que sentimos a Terra imóvel e o Sol girando ao seu redor quando na realidade nem a Terra está imóvel e nem o Sol gira ao seu redor. Por isso a teoria do conhecimento principia com a pergunta se podemos conhecer a verdade ou o mundo exatamente como ele é. Aparentemente a trajetória da luz é uma linha reta, mas você sabia que ela também pode sofrer uma curvatura em sua trajetória? É o que prediz a teoria da relatividade geral de Albert Einstein. Olhando para o céu, você consegue dizer, apoiando-se apenas nos seus sentidos, o tamanho exato de uma estrela? E da lua? Você consegue perceber a olho nu que a luz do Sol é uma complexa combinação de cores que vai do violeta ao vermelho alaranjado? Além disso, como percebemos os objetos através dos sentidos, uma mesma coisa pode ser percebida de diferentes maneiras por diferentes pessoas.

03 abril 2019

Filosofia e Educação



TEIXEIRA, Anísio. Filosofia e educação. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos. Rio de Janeiro, v.32, n.75, jul./set. 1959. p.14-27.
FILOSOFIA E EDUCAÇÃO
ANÍSIO S. TEIXEIRA
As relações entre filosofia e educação são tão intrínsecas que John Dewey pôde afirmar que as filosofias são, em essência, teorias gerais de educação. Está claro que se referia à filosofia como filosofia de vida. Sendo a educação o processo pelo qual os jovens adquirem ou formam "as atitudes e disposições fundamentais, não só intelectuais como emocionais, para com a natureza e o homem", é evidente que a educação constitui o campo de aplicação das filosofias, e, como tal, também de sua elaboração e revisão. Muito antes, com efeito, que as filosofias viessem expressamente a ser formuladas em sistemas, já a educação, como processo de perpetuação da cultura, nada mais era do que meio de se transmitir a visão do mundo e do homem, que a respectiva sociedade honrasse e cultivasse.
E, como que para confirmá-lo, não deixa, por isso mesmo, de ser significativo o fato de a primeira grande formulação filosófica, no Ocidente, se iniciar com os mais evidentes propósitos educativos. Os primeiros filósofos são também os primeiros mestres, procurando reformular os valores da sociedade e, na realidade, reformar a educação corrente.
Eram, pois, filósofos e reformadores. Os estudos filosóficos formais nascem, assim, como estudos de educação. Os sofistas foram os "primeiros educadores profissionais" da civilização ocidental.
O traço distintivo dessa civilização, na frase de André Siegfried, desde então consistiu no "hábito de tratar os problemas à luz da razão, liberta do mágico, do supersticioso e do irracional ".